Se eu como a poesia é porque sinto fome dela
Ela não mata a minha fome e me deixa com mais sede
Meu verso é bagunçado, sem escansão
minha rima é branca e
meu coração na mão.
Sou amarga pior que fel
e doce melhor que mel
Sei olhar no céu a imensidão
e a minha submissão
Na minha cama dormem os índios Guarani-Kaiowa e a Faixa de Gaza
nos cobrimos com o mesmo cobertor,
deitamos no mesmo colchão
comemos da mesma comida
somos filhos da mesma mãe
Só não faz sentido essa violência mirada no nosso peito
quando o sangue que escorre se deita no final
no mesmo rio do sangue que pela sua veia corre e aperta o gatilho que silencia nossos corpos.
Que dá no peito o choro quieto
que transpira dos meus olhos o grito mudo.
Não é nada humano e muito menos animal.
É desconsertante e oco.
sábado, 24 de novembro de 2012
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Pras bandas de lá
Alguém pra me contar sobre o mar
Me diz se ele ainda espuma e como as ondas ainda quebram.
Alguma concha que me faça ouvi-lo
Esqueceram de me trazer os grãos de areia fina
meus dedos estão muito vazios.
Alguém pra me bater no coração
dizendo: ô de casa?
Te vi correndo pro mar,
não quis gritar pra não rasgar o ar.
Me diz se ele ainda espuma e como as ondas ainda quebram.
Alguma concha que me faça ouvi-lo
Esqueceram de me trazer os grãos de areia fina
meus dedos estão muito vazios.
Alguém pra me bater no coração
dizendo: ô de casa?
Te vi correndo pro mar,
não quis gritar pra não rasgar o ar.
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