Deu dois toques e foi embora. Ouvindo um barulho distante, Carina se apossou da felicidade, não pelo interrompimento do batuque mas pela esperança de que o que quer que tenha sido, aconteceu. Foi embora mas, voltou mais uma vez. Quem foi, ainda é e Carina aperfeiçoava mais aquela feição, jeito e maneira que poderia ter sido e foi. Partiu e, nunca mais voltou.
Deu um toque e Carina foi embora. Mudou de casa, de bairro, de vizinhança. Quem quer que poderia ter sido e foi, não despertava mais a saudosa felicidade e nem respeitava a angústia que vivia em tempos difíceis naquela casa.
Durante essas linhas puladas, Carina viveu nos confins da alma, não sabia renascer e por isso passou por um bocado e que nem o vazio e constância dessas linha deixam explicar. Oh, pobre passarinho, a primavera chegou, envolva-se nessa espiritualidade de cores e perfumes. Respire todo esse ar de fora e varra todo esse pó de dentro, vem pra cá sentir o cheiro dessa madeira molhada e dessa brisa fresca dançando no vácuo entre as flores, deixe seus fios de cabelo dourado caminhar no leito desse rio, perca tudo. A primavera chegou.
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