segunda-feira, 16 de julho de 2012
Corpos dóceis
Estão na prateleira. Estão todos na prateleira. Há cérebros dentro de potes, estão injetando ideias por seringas sujas. Cuspiram intolerância nos estômagos massacrados e jogados na pia. Pisaram sem dó nos corações. Quem são esses cientistas mal intencionados?
Pobres corpos dóceis, vulneráveis ao adestramento como um cão. Estupradores de mente. Violentos e selvagens, saiam seus porcos nojentos!
É estúpido.
Há antídoto, um véu que encobre tudo,aí eu sou dócil. Quero a estrada e sair sem rumo, a gente tomando conta da gente. Como um arrependimento, uma covardia, um "cair no mundo é o que eu quero mais". E vai sendo isso, nessa parada tem amor, tem pessoas que eu gosto muito, tem dor também mas tem amor. Escorre uma dor leitosa em meu corpo e absorve um gosto de felicidade, eu te pego emprestado e te devolvo, sem culpa.
É bonito.
Posso ser um antônimo de mim.
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