quarta-feira, 20 de abril de 2011


Cheguei no salão e meus olhos desesperados o procurava por cada centímetro daquele lugar fechado, que me sufocava com a probabilidade da sua ausência. A tristeza foi me carregando solidária, me consolando, me levando ao desespero. Te procurava feito louca dentre todos os rostos, nenhum era tão encantador e notável como o seu. Queria seus olhos em mim, a me fitar por inteira, a imaginar coisas que não se imagina quando se está em uma missa. Era o amor borbulhando de paixão e insensatez, procurava na verdade o desejo a flor da pele, o seu toque me queimando, penetrando na minha pele e fluindo pela veia, pulsando, atropelando a razão e me fazendo sua. Assim, sem espaço, sem pedir licença, invadindo todos os meus sentidos. Como num naufrago de vermelhos densos, onde meu barco seria incapaz de navegar... me afogo no desconhecido, que um dia cheguei a conhecer, sou incapaz de deduzir quem é você... agora.