quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Calçada e descalça

Com tantas ramificações e
jeitos de caminhar
vamos de mãos dadas
acabamos por nos dispersar
Só por hoje eu quero adormecer no calor do seu sorriso
Quero me refugiar no aperto do seu abraço
quero me libertar na imensidão da batida
do seu coração
Deixe que o amanhã nós curtimos mais tarde
Que venha o só hoje e suas blasfêmias
que venha você e suas carências
Deixe que o hoje nos afogue na sua imensidade
Eu quero a patifaria de sempre
eu quero a irritação do fundo da minha alma
E você pra me acalmar
profundamente
incansavelmente
E que o mundo se acabe agora,
e que todos se libertem da mesmice do ontem
E renascemos livres, leves e soltos.
Sejamos para sempre jovem
Que os poetas espalhem sua indignação e sutilidade mansa
perfurando como uma agulha o tecido do mundo
Saiam todos de suas casas, já posso sentir a evaporação de almas secas sobre meus pés
já posso sentir uma nova parte de mim se instalando
se fazendo no mundo.

sábado, 4 de dezembro de 2010

   Adoro essa época de fim de ano, quando o Natal já se anuncia. Me parece que um sentimento mutuo e muito do bom, que contagia as pessoas. A cidade fica iluminada e colorida, tudo fica mais alegre, há arte em todo lugar, há cor em todas as ruas e casas, há sonhos fluindo pelo ar, desejos e esperanças se propagando no vácuo. É tudo tão tradicional e único. Pessoas de todas as etnias e nacionalidade se tornam iguais, o mundo é tomado pelo "espírito da coisa", por almas inundadas de felicidade e solidariedade. Por um dia o desejo mundial é a PAZ, propriamente dita. Por um dia todas as desavenças se tornam chulos e fúteis e presas no passado. E Hitler já não o todo poderoso, mas tem seu perdão concedido.
   Mais um "Boas Festa" chegando, mais um "adeus ano velho" se aproximando. Mais incontáveis seres vivos a caminho, em busca de evolução, uma nova chance pra revolução. Uma nova concepção de vida, um jeito diferente de olhar para o próprio umbigo.
   O Natal, a época mais linda e generosa do ano, fazemos planos. Todos contagiados pela emoção e olhar atento no relógio, esperando a meia-noite, esperando o naufrago de sentimentos bons.