domingo, 22 de agosto de 2010

Entenda o que foi

O mundo aponta o dedo para você, e te diz quão errado você está. Você em resposta aponta o dedo na cara do mundo, grita com o mundo e impõe o seu ponto de vista mesquinho. Você me diz que eu não sei discutir e que sou a dona da razão, mas cego você não consegue enxergar que você se descreve entre dentes, palavras surradas que saem arranhando sua garganta, despontam pela sua língua, destroem-se por entre seus lábios e se despedaçam, se rasgando no ar. Suas palavras a machucam, mas você está cego e não enxerga. Sua palavras a ferem mais que tudo, você vai embora e a deixa sangrando por dentro, e se desmanchando em lágrimas contidas em cinquenta e cinco anos de idade.
Mesquinha você não compreende que o chão que você pisa é graças a ela. Mesquinha você finge não compreender que você é tudo isso, mas se transformam em NADA, graças a ela. Mesquinha você não quer compreender que você ainda depende dela, e suas palavras te castigam, mas sinta medo. Se elas não te castigaram até agora, tome cuidado.
É burrice e estupidez chamar de criança, quem tem dezeseis anos, um dia você vai entender que a sua geração que era atrasada. Hoje em dia criança de dez anos tem filhos e responsabilidades de adulto de trinta anos nas costas. É ignorancia você se recusar a escutar a nova geração, você pede, grita, pra ser atrasado, para ser deixado para trás. Não se engane, está começando a me dar pena. A cada segundo que você me recusa, você perdeu uma idéia nova, e é isso que faz diferença, se você não a tiver hoje em dia ficará perdido no tempo. É hora de dar adeus ao seu mundo. A Terra cresceu e os tempos são outros. Aceite ou ficará perdido no tempo.
E o que chamamos de família está se desmanchando aos poucos, equilibrados em um meio fio e de olhos vedados, estamos no escuro tentando resolver as coisas. Ninguém reparou que isso é inútil. Todos saem machucados mas ninguém quer abrir mão do escudo e ir a luta. Ninguém quer resolver de verdade a situação, e então vão se conformando mas a revolta ainda vive dentro de vocês. E ela vai se manifestando aos poucos, parte por parte, um de cada jeito. Eu sinto a fúria de seus gestos, e tenho mais medo do que você se tornou, do que você é capaz, e tenho vergonha alheia por isso. Prefiro meu silêncio, pois você está cego, não quero me rebaixar a seu ponto, ao ponto de ser capaz de machucar as pessoas com palavras então eu aceito que você me machuque ao invés de eu te machucar. Ela não merece isso, não merece aguentar isso, torço que ela tenha achado o lugar dela no mundo e se não tiver, ela tem a vida toda pela frente ainda, e ela sabe disso, só você não entende e vive em uma sociedade medieval. Acorde soldado, seu fardo não está passado hoje, não foi escalado para a guerra, fique em casa hoje e reflita sobre a guerra, a importancia que ela tem realmente. PEDEM PAZ E GRITAM GUERRA! Mas não é essa a guerra, abra os olhos. A guerra é o apoio que está faltando. Você abre mão dela sem ao menos ter estado do outro lado, sem ao menos querer entender e mais uma vez você pede para ficar para trás, você nega o seu mundo de mudanças para viver na sua mesquinharia, você não entende e nunca entenderá, porque VOCÊ não quer. O mundo mostra a resposta para você em imensos outdoors, e você se nega a olhar para o lado, enquanto você busca no escuro a razão para tudo. Você desfaz a família por um problema interno que é só seu. Não faça mais isso, por favor. Já fez seu papel de, você está lá atrás ainda...
Não lhe direi ao certo o que está havendo e o que deve ser feito, tente entender. Aceite o mundo e você saberá o que fazer, mas só quando você o aceitar de verdade.

sábado, 21 de agosto de 2010

Clearly

Desajeitosamente eu vou indo pro seu lado
cuidadosamente eu mudo meu estado
subtamente eu quero
e imediatamente eu te tenho
suspiros te fazem voar como uma pluma das minhas mãos

te faço escapar de mim
te faço...

Que esse vento me leve também
as coisas aqui estão ficando muito entediantes
as pessoas aqui estão ficando muito fúteis
a terra aqui está ficando muito mesquinha
e o único verde que está ficando aqui, é o de papel
a causa para uns
a solução para outros

Valores estão equivocados, somos fantoches de um sistema, a luxúria e a ira vão ganhando aliados e proliferam. A sociedade acha tudo engraçado e divertido, ninguém mais percebe que os palhaços no palco somos nós. As luzes estão diminuindo e as cortinas se fechando. Antes dos tomates peço que nos deem uma chance, mais uma, devo confessar que ainda acredito na terra que foi denominada Brasil.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Me(io)u-dia


E o tic tac me limita a tudo isso
a todos esses sons
a todas essas linhas

e a ausência de gente
é a essência que está em falta
nos faz querer ver tudo,
conhecer tudo e não achar nada
nos faz virar o mundo de ponta cabeça e não achar nosso lugar nele
talvez nem exista um lugar de fato
talvez nosso único abrigo seja nossa alma

Da vista daqui as nuvens estão mais perto
o sol infiltra pelos poros do tecido da minha blusa
me traz a sensação de 'aquecida'
as águas explodem em energia da fonte
o tom rosado das flores pinta o quadro natural
o vento parece querer tocar cada fio dos cabelo e pede atenção
As nuvens cobriram o sol agora,
é como se todos estivéssemos na sombra, na sombra do mundo...

Aqui o único apressado é o som
o som dos passarinhos e seus pobres coraçõezinhos
que assinam a tela

Flores são flores,
não precisam de nomes, inventamos isso
elas são belas e para isso só
sol e água lhe bastam para colorir
E ele voltou a irradiar por entre as nuvens,
e meus olhos são as minhas fotografias.