sábado, 30 de junho de 2012

Subs. m [əʃ'tadu] 3. Disposição emocional

A gente não pode se privar de amar
Então que amemos mesmo, com gosto.

E se dilacerando e jogando com tudo que amamos,
ainda não encontrássemos um resquício de amor?
E se eu escrevesse poesia sem regras e entrasse nas pessoas,
então poderia conversar com sua alma?
E se não regássemos mais as raízes que nos prendem nesse lugar,
seria possível voar ?
Poderia então dar as costas e deixá-los falando sozinho,
sem me importar?

É alimentador de um estado de espírito superiormente fudido,
Erros desastrosos pra depois ganhar na loteria, da dúvida.
Num bulbo de trevo de quatro folhas está a sorte pra que ?
Quem disse que eu precisava disso?
Vai, quero ver toda essa seiva irrigando minhas veias.
Tragam terra, vamos plantar vida.
Veremos o que podemos colher desse jardim.
Alucinação.


domingo, 17 de junho de 2012

Ainda é público


Afinal, purê antes de ser purê, é saco de batatas.
Aí já viu né, a gente dá pra amar errado,
se dana pra entender o erro,
mas ninguém se entende.

A gente grita nossos pulsos toda hora,
mas  a surdez é uma verdade lavada.
E o seu relacionamento uma mentira deslavada.
Bom seria, chegar suave, incomodar sutilmente,
fazer uma baguncinha, revirar um pouco os nossos móveis internos.
Abrir umas gavetas e deixar que novas folhas as preencham, vamos ser amor também.

Aproveitemos enquanto amor ainda é público,
nossa fome ainda é grande e nosso corpo ainda tem alma.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Cobertor

O problema foi,
o problema é,
o problema será.
Mas o problemas está sendo.

Deixa eu levantar grama e me deitar na terra
posso me cobrir de estrelas e pousar meus ouvidos em raízes.
Mas falta,
falta calor, batimento, pernas e braços.
Porque o problema está acontecendo.
Deixa de ser roupa, marca e sacolas "shoppinguis"
Vem ser problema também.
que é sendo problema que se acha a solução para criar novos problemas.
Vem ser ciclo, vem ser vicioso.
Não falta nada se você se cobre com meus braços e pernas,
pousa minha pele em você,
levanta terra, deita na grama.
Que isso não é problema,é objetivo depois de conflito.

"Não façam guerra, façam amor"

terça-feira, 5 de junho de 2012

À margem da vida


















Foi enrolando o corpo aos poucos
gota por gota até virar poça.
A chuva caiu em  folhas outonais
aquele sad blues da vitrola virou estrada

Lhe atingiu o estômago e calou seus lábios
o nome, a imagem, o som.
Foi em transe que ela cambaleou pra trás
e repetiu pra si o nome, a imagem, o som.
Assombra-te menina a vida como a morte lhe rouba a vontade aos poucos.
Gazela aflita, segura esse coração que pelo estômago te atinge.


A poça d'água viajou pela costa
na margem da vida quase caiu
O corpo que virou gota e já foi poça agora é rio
que toda noite a lua leitosa pousa
e descansa os ouvidos e silencia.
É que de noite passarinho dorme pra levantar cantando.


domingo, 3 de junho de 2012

Por que não arquitetura?

Escolhi esse ano pra entrar em época de vestibular, digo escolhi porque não existe a hora certa, posso prestar quando quiser, ando em constantes conflitos paradoxais comigo. O problema é que ainda não sei exatamente e com certeza o que quero fazer. Me apaixono constantemente por biologia (Botânica/ Ecologia), o teatro é cada dia mais fascinante pra mim, a situação da minha sociedade me incomoda profundamente e eu definitivamente quero arte sempre na minha vida. Arquitetura é o que me falam, faço até reforço pra prova específica mas não é isso ainda. Estava assistindo um video e achei exatamente o que me deixa com um enorme sentimento de culpa toda vez que penso em fazer arquitetura.

"Tu acha que arte é função. Artista de decoração pra mim é um artista falho, um artista fútil, vazio. O cara faz bem, ele tem sensibilidade e não olha pro mundo em volta, não se solidariza com o sofrimento da maioria. Ele quer fazer parte da elite, é isso que é atrelado 'queira fazer parte da elite'. E fazem com que os pobres tenham o mesmo desejos que os ricos. Isso é um absurdo, uma ignorância. Aí, já é apelação. As pessoas acreditam mesmo que isso daqui é uma democracia. "

Basicamente resume o que eu penso. Não quero  fazer a arte inacessível, alienada. Quero interferir, mudar, ampliar, conhecer, dar vida...