quinta-feira, 14 de julho de 2011

Melhor no futuro?

Terminei de ler "A morte de Ivan Ilitch" do Lev Tolstói, e após a leitura fiquei na seguinte dúvida "existe um jeito decente de se viver?" Será que a felicidade é alcançada plenamente quando temos um matrimônio, imóveis, carreira bem sucedida, poder aquisitivo, status. Será que a ideia que fazemos de felicidade é só uma maneira diferente de dizer "status". Afinal quando buscamos o melhor, estamos a procura do que é melhor para nós, do que nos faz bem ou do que será bem visto?
A felicidade é algo muito relativo, as pessoas são muito fracas, tamanha é essa fraqueza que elas precisam se apoiar em algo material, concreto, ou algo que passe pela afirmação de outros para que realmente se confirme que é certo e assim te trará felicidade. Mas se é relativo, de que vale a opinião pública?
Eu respondo, se essa opinião é corrompida de nada vale, até porque a real intenção é alcançar a felicidade, é ter um padrão de vida do "jeito que se deve ter", e aí as pessoas se matam de trabalhar, para terem dinheiro não só pra sobreviver mas para ostentar, para acariciar o ego, e quanto mais perto do alcance material e luxuoso, mais longe ficamos da felicidade. Quando cativamos coisas materiais, depositamos algum apego a estas, porém isso não é correspondido e a certeza de que precisamos de mais para preencher esse vazio, até que sejamos suficientes, é infinita, vamos em busca de mais, sempre mais. E se o segredo estivesse no menos, no bem menos necessidade, no menos rótulos, menos apego, menos status. Estamos falando de vida, meus caros. E a tal da música que dizia ver a vida melhor no futuro e por cima do muro de hipocrisia? Talvez eu seja uma hipócrita, após tal reflexão, me pego na mesma situação, estamos em um barco em naufrago, não temos nada e queremos sempre mais, mas esse mais nunca é suficiente, nunca alcançaremos, só tem água em volta e estamos a procura de terra. E se estivéssemos a procura de terra? Como seria? Pularíamos nesse mar e deixaríamos que toda esse exagero de azul alimentasse nossa alma com tamanha precisão que alcançaríamos o ápice da vida, e assim encontrar a felicidade. Ou estaríamos na busca de mais, será que seriamos assim insaciáveis?