quinta-feira, 13 de outubro de 2011

TIRANDO O PÓ


Fico pensando, com tanta gente indo nessas manifestações, com tanta gente acordando e discutindo sobre política, por que nada muda? Aonde está o erro quando ao nosso ver parecemos estar fazendo tudo certo?
Tá faltando o espírito revolucionário, a auto confiança, acreditar no que você tá fazendo, gritando, tem que se questionar por que não tá bom, por que tanto poder na mão de poucos e  miséria na boca de muitos. Não basta só dizer não à corrupção. Não podemos só depender da divulgação da mídia, temos que nos garantir.
Fala-se muito em manifestação pra lá, manifestação pra cá, mas numa propaganda eleitoral um candidato que diz não saber o que faz um deputado e ri da sua cara que é eleito, um cantor famoso é eleito sem dizer nada, um jogador de futebol é eleito pela sua carreira brilhante. E tem gente que acha que isso foi um grande protesto contra a política. Foderam com o país inteiro, a diferença é que dessa vez foi conscientemente. O que acontece se ninguém for votado? Se mais da metade do país não votar em ninguém? Estamos em liberdade disfarçada, maquiaram as jaulas e estamos ocupados demais tentando sobreviver em meio ao caos que não temos tempo para perceber que a chave desse cadeado que nos prende está debaixo do nosso nariz.
Ótimo que essas manifestações estejam tomando novos rumos que não sejam só a avenida paulista, ótimo que não estejamos dependendo tanto da divulgação da Globo no Jornal Nacional.
Não consigo entender, chama-se a polícia e gera-se revolta por um trombadinha que te assalta na rua, mas os ratos podres do congresso que te roubam descaradamente a todo momento destruindo qualquer valor humano que ainda possamos ter, nos fazendo animais selvagens babando raivosamente atrás de mais e mais dinheiro, em busca de sobrevivência e mais do que isso, em busca de ostentação, pensado ser isso a paz, não fazemos muito, nem se quer chamamos a polícia. Se gritar pega ladrão, não sobra um. Tudo farinha do mesmo saco, se acham poderosos e a mídia numa sátira os chamam de "Poderoso Chefão", poderoso o caralho. Poderoso é o povo brasileiro que tá com fome e continua na luta por moradia, por saúde, por educação, com fome de vida e que continua com esperança. Esses podres do DF são meros vírus do sistema. São ratos que se infiltram no encanamento e se atolam de tanta sujeira, tenho nojo, repugnância desse tipo de gente, cuspiria em cima de suas ideologias políticas, não valem o que comem, não merecem nosso respeito tão pouco nossa compreensão. O número de cabeças abaixadas para o que fazem ou dizem será menor, estamos em tempo de vacas magras. Saímos do jogo da cobra-cega e montamos um campo minado, qualquer pisada em falso e te engoliremos vivo, querido.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Congestionado, o nariz dela apenas refletia a real situação dentro de seu corpo. Ninguém sentia, ninguém escutava, ninguém se importava, todos fingiam. Foi um grande espetáculo, um show de horrores que merecia ser aplaudido de pé e aos  prantos. Saindo dali ela procurava em coxias o que estava perdido na platéia. A encenação do século, o medo e a angústia dela no palco era tão real que a platéia fingia se chocar. Brutos, ninguém pensava. As palmas ecoavam como um grande vazio e a poltrona fofa confortava a bunda de todos aqueles sedentários que assistiam, grandes atores, todos fingiam. Ninguém partilhava aquele sofrimento, não entrava na alma, nem mesmo cutucava o tecido da pele, todos estavam à vontade. Frustrada, a linha era muito tênue entre a desistência e a revolta e ela beirava a insanidade, se embriagava de vazios e nada fazia tanto sentido como aquilo, quem ensinou?! como ela sabia de tudo isso?! Todos sabiam, mas ela descobriu um furo em sua capa e viu as coisas de fora, foi desumano.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Me perdi na minha bagunça
estou presa em pensamentos vazios
penso que estou vazia.
Queria que a minha sensação desse momento se transmitisse em palavras, com certeza seria as palavras mais pesadas e obscuras já escritas por mim.
Uma coisa banal desencadeou isso em mim, mas por algum tempo isso vinha dando colapsos. Agora explodiu em pequenos fragmentos que estão rolando por dentro, e rola num ritmo intenso, me apavora. Esse vazio, essa fraqueza. Nem o café me cura mais. Estou desgastada de pessoas, de mim, de sentimentos.
A inquietude da minha alma se desespera em meu corpo
Estou apavorada,
há momentos do meu dia que uma dor me encobre de tal maneira que se fosse fisicamente seria como a última camada da minha pele viva, a mostra.
Minhas veias transportam vibrações,
penetram de um jeito que minha mente foge dessa frustração e vai para lugar nenhum.
Perdida, sem rumo eu me sinto num grande vazio. Quero sair daqui.
Estão me tragando, e eu estou me deixando... preciso de uma dose de sanidade.