domingo, 14 de abril de 2013

Com tempo (râneo)

Aquele tempo que vai sendo devorado
pela brevidade de um bocado de alguma coisa
essa coisa que também está sendo comida
e tudo vai desaparecendo sem voltar nunca mais
nem fotografias
nem palavras
só dentro, dentro, aqui, no corpo.

Se eu paro
escuto o assovio do tempo passando
esse trem indestinado
que vai porque tem que ir
acontecer

Cadê isso que, enquanto eu pisco,
se esconde de mim?
E essa inconstância que se move,
arrasta.
O livre e quebradiço, tempo.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Cabimento

Pensei numa época de pessoas, coisa boba, mas minha paixão rompe com os limites. Eu amo mesmo. Amo quantas pessoas no meu amor couber e pra quem acha que isso não é amor, eu sou mulher da cabeça aos pés. Posso te guardar apertadinho mas sem faltar amor, talvez eu me falte mas eu volto sempre. Porque a gente é assim, olha pro lado e se apaixona, coisa boba. Mas amor é amor, antigo, novo, não muda. Transforma, fica maior e as vezes dá pra amansar de mansinho.

Vai correr de mim, mar
virar queda d'água
inunda meu peito
congela meu tempo
vai mar de mim
d'água quedarse
peido inundado
meu tempo congelado.