domingo, 14 de abril de 2013

Com tempo (râneo)

Aquele tempo que vai sendo devorado
pela brevidade de um bocado de alguma coisa
essa coisa que também está sendo comida
e tudo vai desaparecendo sem voltar nunca mais
nem fotografias
nem palavras
só dentro, dentro, aqui, no corpo.

Se eu paro
escuto o assovio do tempo passando
esse trem indestinado
que vai porque tem que ir
acontecer

Cadê isso que, enquanto eu pisco,
se esconde de mim?
E essa inconstância que se move,
arrasta.
O livre e quebradiço, tempo.

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