sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Me(io)u-dia


E o tic tac me limita a tudo isso
a todos esses sons
a todas essas linhas

e a ausência de gente
é a essência que está em falta
nos faz querer ver tudo,
conhecer tudo e não achar nada
nos faz virar o mundo de ponta cabeça e não achar nosso lugar nele
talvez nem exista um lugar de fato
talvez nosso único abrigo seja nossa alma

Da vista daqui as nuvens estão mais perto
o sol infiltra pelos poros do tecido da minha blusa
me traz a sensação de 'aquecida'
as águas explodem em energia da fonte
o tom rosado das flores pinta o quadro natural
o vento parece querer tocar cada fio dos cabelo e pede atenção
As nuvens cobriram o sol agora,
é como se todos estivéssemos na sombra, na sombra do mundo...

Aqui o único apressado é o som
o som dos passarinhos e seus pobres coraçõezinhos
que assinam a tela

Flores são flores,
não precisam de nomes, inventamos isso
elas são belas e para isso só
sol e água lhe bastam para colorir
E ele voltou a irradiar por entre as nuvens,
e meus olhos são as minhas fotografias.

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