quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Calçada e descalça

Com tantas ramificações e
jeitos de caminhar
vamos de mãos dadas
acabamos por nos dispersar
Só por hoje eu quero adormecer no calor do seu sorriso
Quero me refugiar no aperto do seu abraço
quero me libertar na imensidão da batida
do seu coração
Deixe que o amanhã nós curtimos mais tarde
Que venha o só hoje e suas blasfêmias
que venha você e suas carências
Deixe que o hoje nos afogue na sua imensidade
Eu quero a patifaria de sempre
eu quero a irritação do fundo da minha alma
E você pra me acalmar
profundamente
incansavelmente
E que o mundo se acabe agora,
e que todos se libertem da mesmice do ontem
E renascemos livres, leves e soltos.
Sejamos para sempre jovem
Que os poetas espalhem sua indignação e sutilidade mansa
perfurando como uma agulha o tecido do mundo
Saiam todos de suas casas, já posso sentir a evaporação de almas secas sobre meus pés
já posso sentir uma nova parte de mim se instalando
se fazendo no mundo.

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