segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Conspirações

Titulando escolhas e rotulando tipos
estou quieta observando a rua
me deixo na espera e saio por aí
ganho a rua e vou no ritmo da banda
ah, menino, se você estivesse sentindo esse balanço que sinto agora!

Já dizia Cássia, sou fera, sou anjo, sou bicho
por entre as casas, as vozes fazem música
as luzes da cidade noticiam que já é tarde
e a lua acende o abajur da noite.
Posso sentir o vento esbarrando nas folhas e apaziguando,
há tanta coisa a ser vista e reivindicada mas essa paz me amansa e
sou assim, insegurança disfarçada de tranquilidade.
Na calçada eu volto até mim e me tomo,
sou eu de novo, esperando a banda passar
de novo. E ninguém nem viu.

E eu tava lá, vi tudo de perto.
Os militares eram os raios de sol, infiltrando por todos os lados.
A repressão eram a árvores, desviando o caminho dos ventos.
A mídia oprimida era cidade doentia que já não interferia ali.
E foi tão bonito que amei, sentei e chorei.
Me misturei no verde grama que me envolvia a pele e me fiz natureza.
Fui mãe e natureza, fui verde e fui beleza.
Fui laranjeira e céu, nuvem e mel.

E eu sempre tive amor, nunca o deixei.
é que às vezes a gente dá pra amar gente mal passada,
mas agora sou fina e meu amor é no ponto.

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