sexta-feira, 7 de março de 2014

Marejando

Essa cidade comeu a sola dos meus sapatos
andei pisando e descobrindo que existe um chão
apesar das nuvens passarem depressa marcando o tempo
como se levassem um pedido de socorro
tirem-me daqui!

Meus pés secam por falta de água
é difícil viver dentro de um sapato 34
meus joelhos ainda estão ralados, desde meus 10
minhas utopias agora lutam com o meu senso de realidade
meus olhos... esses sempre alagados, marejando

Me sinto uma camaleoa das minhas emoções
Me apaixonei
Estou me desfazendo, sou uma construção em andamento
passeio com os olhos cheios de André
deito minhas mãos em outras mãos
não há palavras a serem buscadas

Um ser estranho, irreconhecível
Mundana
Um amor que precisa ser reinventado
libido insaciável
Me engula
Fodidamente retorcida,
escapando.
Não deixe!
Minha insanidade: uma carnificina

Por ora, água sangrenta
outrora água doce, desaguando
Leve




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