quarta-feira, 25 de julho de 2012

Vida longa à Guga...

porque eu não conseguia falar tartaruga.
Apareceu no meu quintal por um acaso,
com um coração desenhado naturalmente na cabeça.
Ah, mas como eu amei essa tartaruga.
Vivia com ela pra lá e pra cá,
fingia comer salada e dava todos meus tomates e alfaces pra ela.
Até que um dia tive que levá-la pra ficar na minha tia, pois mudei pra um apartamento e eu sentia que ela não tava feliz, tinha só um espacinho, não era justo com ela.
Lembro que levei ela numa caixinha de papelão com uns furinhos e abria toda hora pra ver se ela tava bem.
Foi desesperador deixá-la lá mas eu o fiz.
Descobri que na verdade ela era macho mas eu não tava nem aí,
hoje descobri que ela morreu.
Depois de anos e anos vendo ela só quando dava eu fiquei surpresa com a notícia.
Um amor amaciado, guardado, uma nostalgia de tê-la sempre comigo... me dá um sentimento vago e triste de saber que ela se foi.
Desejo toda a felicidade da morte pra ela, seja lá o que isso significa e nos vemos um dia de novo.
Tartarugas vivem muitos anos, acho que mais que nós seres humanos, e a minha morreu antes de mim. Mas ela já veio com muitas histórias no casco, só espero que não tenha morrido de solidão nem de tristeza. Fico me sentindo frustrada porque eu simplesmente abandonei ela lá, por achar que isso nunca aconteceria enquanto eu estivesse viva, sabe aquele brinquedo velho e usado que quando a gente cresce ele acaba sendo esquecido em algum canto de algum lugar. Uma ingratidão...

Acaso, destino, coincidência, ironia...chamem do que quiser, ela apareceu no meu quintal e eu chamei de Guga.

Nenhum comentário:

Postar um comentário