quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010


A alma dela grita,
ela quer sair de lá
ou mais do que isso, se libertar
ela precisa de ar
mas ninguém escuta ela gritar
ela precisa de uma voz
mas ninguém se propõe a gritar junto com ela
eles precisam de ouvidos novos
as palavras que se atropelam por entre seus lábios
fica cada vez mais imersa no silêncio de suas almas ouvintes
ela precisa sair!
Seus olhos estão fechados e
agora quem grita é a voz que se calou ao ouvir seu grito e que
agora seus olhos piscam diante da falta de visão,
os pontos estão errados
a vista está cega,
ninguém enxerga seus gritos,
ninguém ouve seus olhos.
E o que ela tem agora são paredes se afastando
são corpos se virando contra ela,
e o silêncio...
a casa inabitada.
seus restos estão em pedaços menores, sua alma grita mais alto
sua órbita se distrai no brilho da manhã.
O sol abre as janelas, a doçura do vento sopra por entre as brechas da casa mal cuidada afastando a poeira
e limpando seu palco,
uma voz macia soa como canção para seus ouvidos
sua alma encontrou o abstrato
um leve toque em suas maças coradas suavizou sua feição desesperada
e de novo uma doce melodia saiu por entre seus lábios absortos no abstrato
era a voz que ela precisava, o grito que gritara junto com ela
a luz que a manteve em paz.
Sua alma parou de gritar.
A decoração não era mais melancólica,
tinha as sete cores, e o branco de seu sorriso
sua alma agora dançava
seu coração batia
sua voz cantava
e seu corpo se acalmava.

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