domingo, 7 de março de 2010

Softly

Abra as mãos e me deixe leve
me deixe leve pra sair de suas presas
pra voar e explodir no ar
explodir em poesia
poesia que te torna eternamente abstrato

Escorregue até o cantos de meus olhos e
num deslize desajeitado...
caia!
afunde-se nos meus lábios e
afunde-se no naufrágio do meu falar atropelado

Percorra minhas linhas e entrelinhas sem sentido
leia tudo e reflita sem entender
o sentido é você

Considere minhas oscilações de humor
alivie tudo isso com uma flor
eis então que surge a rima
e a batida de dentro
marca o momento

Deixe-me virar a poesia
que só tem você como rima
deixe as cores pintarem o ar
deixe-nos invadir o seu lar

Não me olhe com olhos de repreensão
pra mim você também não faz sentido
E isso me atrai,
devagar,
dolorosamente cada parte do meu corpo se desprende de mim
e quando vejo estou outra vez envolvida
imersa no oceano
a deriva em você

deixe-me leve, livre e solta
mas esqueça você comigo.

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