terça-feira, 16 de agosto de 2011

Tenho um turbilhão de coisas pra falar, sobre como minha vida mudou em uma semana, como minhas férias de Julho se tornaram decisivas pra minha escolha de futuro, sobre como sinto minha alma hoje, como o ar estava seco essa tarde, como Foz do Iguaçu é lindo e meu amor pelo Brasil é gigante, como muitas coisas que quero compartilhar e não sei como.
Após um ano e meio mergulhada no mundo dos números, fazendo Edificações, finalmente concluí. Não seguirei na área mas valeu a pena tudo, não só pela tal da experiência, mas pelas almas fantásticas que tive a oportunidade de conhecer. Fizemos uma viagem, com destino para Foz do Iguaçu. Grudei meu rosto na janela, queria poder sair dali, daquele conforto, queria sentir como é o vento lá fora, como é correr e sentir o vento desviando do meu corpo, o clima de sossego e "deixe estar" que tem as árvores lá fora é de uma inveja matadora. O dia foi amanhecendo e a máquina não queria tirar foto, percebi então que seria só eu e minhas lembranças, só eu sei como foi lindo aquele amanhecer, você devia ter visto.
A vegetação rasteira e algumas árvores, poucas, distribuídas, sem ordem, por ali pareciam anunciar uma espécie de "Boas Vindas", um convite para conhecer o "lá fora" e aquele sol que se fazia gigante, tomando pra si aquela imensidão de azul, tão maravilhoso que nem as nuvens se atreveram a interromper.
Tinha conhecimento da minha paixão por arte, mas desde então nada igual tinha se manifestado, comecei a fazer teatro, minhas férias todas cuidei de me dedicar ao meu amado mundo artístico, mas isso é uma questão que causa conflito em mim, afinal em que ponto sabemos o que é arte, arte não pode ser tudo, ou pode? é banalizar dizer que tudo é arte ou é amplificar a visão de mundo? Passei minhas férias de inverno com meu grupo, ARTEFATO , cheio de corações, almas, corpos, inundados de arte. E minha vida se fez grande nesses dias.
Hoje, estou estagiando, gosto do que eu faço, tanto pelo aprendizado, quanto pelas pessoas. Mas eu quero mais contato, quero a expressão, quero o gesto. E o que eu suspeitava ficou certo, certo de que exatas não é o meu rumo, decidi por artes visuais mas continuarei no meu estágio, fui sincera na entrevista, não podia e nem queria esconder a minha paixão, como seria possível me esconder dentro de mim? Mesmo assim fui admitida, é arte em fusão.
Ao entrar na Gv hoje, reparei em um anúncio de oficina de dramaturgia, onde quem participar terá um ateliê... ou seja, perfeito pra quem quer o que eu quero: viver de arte. Meu coração se fez miúdo dentro do meu peito e a sensação é de que se ele pudesse, choraria. O horário da oficina bate com o horário do meu estágio. Mas que droga, o que eu tô fazendo? Dinheiro, queria não precisar dele pra nada. Não quero muito mesmo, não quero ostentar, nem ser rica um dia, quero viver bem, em plenitude, quero viver de arte. O dinheiro parece que nos distancia da racionalidade e da emoção, nos faz agir como selvagens, egoístas, desumanos. Não quero, quero ser humana, quero me sentir de corpo, alma, mente e coração. Imagino que você esteja cansado de minhas palavras, vou entender se fechar essa janela, aprendi com Machado de Assis que interagir com você é o melhor jeito de te entreter até o final do que tenho pra falar. Viu? Te trouxe até o final dessa frase, sem falar NADA.
Pois bem, vou tratar de guardar esse dinheiro do estágio e fazer de investimento para um próx. trabalho, com arte. Não pretendo passar no vestibular esse ano, ainda falta algumas coisas para descobrir antes da faculdade, quem disse que a ordem natural das coisas é essa? sair do Ensino Médio e ir direto pra faculdade?! Minha escolha já está feita, mas isso é só o começo.
Ah, outra coisa que me entristece, é o fato de não poder mais assistir meus queridos "TITO MARTINO" tocando jazz ao meio-dia e meia. Mas tudo bem, é uma questão de paciência.
As coisas aqui dentro estão diferentes, sinto que estou em um estado que me descubro a cada dia, é uma vontade de contato, desesperada, com mundo, o querer perceber, sentir, reparar sem explicar, inquietar, silenciar.

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