domingo, 11 de dezembro de 2011

Amor é prosa, sexo é poesia

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                Somos  o depois da semente que foi plantada e o antes do fruto maduro que um dia cairá no chão e irá se desfazer, num processo irreversível como esse o medo é natural mas pouco sabem usá-lo como combustível para seguir adiante, se imaginam numa esteira e ficam a espera, a esperar não sei do que, não sei de quem, esperam tanto que quando perdem o medo já estão apodrecidos antes de amadurecerem.
                É ruim viver sozinho, então começa a busca selvagem por parceiros, somos capazes de tudo, vestimos personagens além do que achávamos ser capazes, em busca da reprodução basta parar e observar como somos tão animais quanto os outros. Todos em busca de amor, de alguém, de um parceiro, a razão na qual pode-se concluir que involuntariamente todos estão em busca do sexo. Uma mulher se veste para a outra, porque ela precisa ser mais bonita, lei da oferta e procura, há a necessidade de ser mais interessante pelo fato de que assim se interessarão por ela primeiro e desse jeito ela se sente mais segura em arranjar um parceiro, em busca de sexo.
               Fico pensando se talvez não seja por isso que o homem e a natureza não sejam tão ligados, digo isso porque ninguém procura viver com mais contato com a natureza, apenas se sentem melhor na presença de uma parte dela. Penetrando na natureza não existe uma forma física de grande intensidade que mexa com todo o seu sistema, não existe uma reciprocidade como uma relação humana, ficando apenas no desejo não achamos uma forma que se assemelhe a unificação das almas e o sentimento caloroso e intenso do sexo entre seres humanos. A verdade é que para sentir-se inteiramente ligado e se unificar a ela é necessário uma grandeza de espírito muito superior, uma espécie de espírito cósmico elevado.
               Ambas são relações muito bonitas, é o físico em busca de algo mais, de se perder em outro corpo, em outra matéria, de saber o que tem além do que se vê, uma forma pura e que nem a tecnologia nem nada futurístico conseguirá suprir essa necessidade e a natureza do homem, os poucos vestígios que sobraram da conexão entre o homem e a natureza. É a vida se enchendo de intensidade e explodindo em vida, vida pura, da fonte.
              Então não tem nada de mais e pervertido, indelicado, em falar sobre sexo. Tão natural quanto ir ao banheiro, quanto sentir sede e beber água, sentir calor e querer um banho gelado, ver o sol e se imaginar na praia, querer e poder falar sobre sexo sem repressões, é nisso que se encontra a fonte da vida.

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