domingo, 19 de agosto de 2012

Fala, que eu te sinto

Hmm que bom escutar o murmurinho daqui de dentro de mim
Aquele tempo que você tira os sapatos, desnuda a alma e fica dentro de você.
Um espaço no tempo que você consegue se desassociar e sentir o caimento do seu corpo no tablado.
O som dos estralos e da respiração formam a linguagem comunicativa do meu corpo.
Deixo a cabeça pesar, logo em seguida o pescoço, ombros, externo, região pélvica e meus joelhos num balanço calmo.
Num estado primaveril a gente vai se relacionando internamente com o outro, estamos nos abrindo aos poucos.
Eu percebo e sinto e sou percebida e sentida.
Eis aqui tudo que eu mais anseio, a generosidade do teatro.
A minha doação, o meu externo aberto a doações.

Flui um rio estreito e leitoso dentro de mim que corre por todas as partes do meu corpo
e a cada respiração inunda meus olhos de amor e meu coração de calmaria.
Dá pra sentir as energias que se deitam nesse meu rio,
evaporando uma energia da cor do meu espírito.
Como se eu entrasse carregada das energias de todos os passantes da rua e do metrô
e naquele momento eu vou mudando de cor, de energia.

A noite, quando me deito, tenho o corpo pra mim e meu momento gasto dentro de mim.
Numa sensação de estar maior que o corpo eu me sinto no caminho certo
e uma paixão que me anima e me inspira, chamada Teatro.
Na qual todos dependem de todos sem que essa seja uma relação degradadora e parasita
mas uma relação de amor e generosidade, muita generosidade.


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