terça-feira, 11 de setembro de 2012

Solto

Quando as mão se cansaram do esforço, soltaram
Dentro dessas patas felpudas e graciosas tinham garras.
Não foi um solto qualquer por aí
Foi uma tragédia solta.
Rasgada, dilacerada.

O ruim da ferida exposta é que não tem band-aid que disfarce
Aí você pode ser quem quiser mas tua ferida não te engana.
Dá onde vem esse roxo em tua perna?
Por onde andas com esse pé calejado?
Com quem te deitas com essas costas marcadas?

Com o pouco que lhe resta de dignidade,
o caminhar pesado e vagaroso, responde:
Tive um dia difícil
Roxo vem de um acidente que vi
Meus calos, da árdua rotina de nossos trabalhadores
Me deito sozinho, minhas marcas são lágrimas do meu corpo em deleite.
Mas isso pouco me importa, a gente sabe se virar como nunca antes nos viramos.
E você, por onde deita seu coração?

Tem bichos nojentos debaixo desse manto
e cada vez que você insiste nessa farsa
eles te comem pela alma.

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