domingo, 1 de abril de 2012

Olhos calmos


Nesse momento infiltra na corrente sanguínea dela uma dose de serotonina.
Trêmula, ela vai despindo o espírito por partes.
Atingido o cérebro, ela entra em estado de divã.
Num oásis espiritual, acaricia com ternura sua pele.
Desliza, tranquila, os olhos calmos por seus móveis cor areia e descansa.
Das pontas dos dedos e dos confins do abdômen, uma energia vem rasgando e espirrando fios gelados que dão arrepios em seu corpo. Essa energia chega à mente e a digeri.
A paisagem é tão bonita lá fora que pede pra ficar.
O calor de outra pele tranquiliza que faz bem, olhos expressivos e cativantes fazem ficar por tempos naquele estado. E a respiração inquieta de passarinho deixa a mão repousar em seu peito, próximo ao coração.

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